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      Petrobras na mira de governos e empresários na Argentina


      Lucía Salinas e Martín Bidegaray

       Governadores das províncias da Patagônia reclamam da falta de investimento. E, embora a empresa petrolífera negue sua venda, já está recebendo ofertas.

      Redacción Clarín
      30/07/2014 10:24



      CLAIMA20140729_0020   Decisión. La venta de los yacimientos de Petrobras se definiría tras las elecciones brasileñas de octubre.CLAIMA20140729_0020 Decisión. La venta de los yacimientos de Petrobras se definiría tras las elecciones brasileñas de octubre.


      Dois governadores de províncias produtoras de petróleo querem que a Petrobras venda seus ativos no país. Os governadores de Santa Cruz e de Neuquén, na Patagônia argentina, não se conformam com a gestão da companhia brasileira, que acusam de não fazer investimentos.

      A Petrobras é a principal operadora dos poços de gás da bacia Austral de Santa Cruz. O governador Daniel Peralta já disse que a situação da empresa é “insustentável”.

      Fim da concessão?

      “Se vier outra empresa, queremos uma que invista”, disseram em seu governo. A Companhia General de Combustibles (CGC), que foi comprada pelo empresário argentino Eduardo Eurnekián, manifestou interesse pelas áreas que a Petrobras possui em Santa Cruz, segundo a agência de notícias Bloomberg.

      Neuquén também teve problemas com áreas da Petrobras, cujas concessões esse governo chegou a retirar até que houve uma intervenção do ministro de Planejamento, Julio De Vido, que atuou como mediador por pedido do governo brasileiro. Na província de Rio Negro, também na Patagônia, existe a possibilidade de ser assinado um novo contrato com a Petrobras, mas uma parte do governo kirchnerista resiste e alguns acham que uma nova lei de hidrocarbonetos trará melhores condições para a empresa brasileira, que poderia esperar para realizar seus desembolsos.

      Em Santa Cruz é onde olham a Petrobras com mais atenção. O governador Daniel Peralta disse, na semana passada, que intimará a empresa por meio do Instituto de Energia da Província para que cumpra “os planos de investimento” e, se não cumprir, não descartam rever as áreas cujas concessões vencem dentro de dois e três anos.

      Para YPF

      O governo de Santa Cruz está buscando que a petrolífera estatal YPF seja a operadora dos poços de gás que a Petrobras tem agora. Houve aproximações entre a empresa expropriada e agora estatizada e a brasileira, mas não houve acordo. Outra das empresas que esteve na lista foi a Oil, do empresário argentino Cristóbal López. Ela apresentou uma oferta que gerou polêmica no Brasil. O governo de Santa Cruz não quer Cristóbal López.

      “Seria uma péssima notícia, ele tem os piores antecedentes em negócios de petróleo em Santa Cruz”, dizem assessores de Peralta.

      Disputas internas

      A disputa entre o governo de Santa Cruz e Cristóbal López começou há dois anos, quando o Instituto de Energia enviou um documento ao empresário intimando-o a cumprir os investimentos prometidos, que eram de US$ 5.497.000 para a área chamada Gran Bajo Oriental e US$ 2.538.600 para a Sierra España.

      A Oil procurou reter as áreas e entrou na Justiça solicitando uma liminar, que foi prorrogada no ano passado. O governo de Peralta também quer que Cristóbal López ceda 2 por cento de uma área que Santa Cruz quer dar para a YPF para que inicie tarefas exploratórias. Trata-se de Barranca Yankowsky, que caducou em 2012 através do decreto provincial 575/2012. A medida também incluía as áreas Los Perales-Las Mesetas, Cañadón Vasco e Pico Truncado-El Cordón.

      A Petrobras

      Neuquén também retirou áreas da Petrobras. Depois paralisou essa medida por um pedido do ministro de Planejamento.

      “A Petrobras se abstém de realizar declarações sobre hipotéticas negociações ou acordos envolvendo ativos”, comunicou a empresa.

      No Brasil se diz que o management da Petrobras está em uma “guerra fria” com o governo da presidente Dilma Rousseff. As ações da empresa subiram 33 por cento no último semestre, enquanto a intenção de voto de Dilma na eleição presidencial de outubro está caindo. E no Brasil duvidam que uma decisão de “peso” seja tomada antes dessa data.









      Nota da editoria do Clarín em Português:


      Procuradas pelo Clarín em Português fontes da empresa preferiram não fazer comentários sobre a possibilidade de vendas de ativos da companhia na Argentina. "No momento certo falaremos", limitaram-se a dizer. No ano passado, o empresário argentino Cristóbal Lopez foi o principal candidato à possível compra da empresa, o que acabou sendo suspenso na época. 


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